Vamos começar assim “… a identidade homossexual é expressão natural, espontânea e positiva da sexualidade humana, em nada inferior à identidade heterossexual.” (Borges, Klecius; 2009) e nada tem a ver com qualquer distúrbio ou prejuízo mental.
Em nossa sociedade, infelizmente, aquele que apresenta uma pequena ou significativa variação no padrão de gênero “masculino-feminino” em seus comportamentos ou atitudes, se torna sujeito a reprovações e violações em suas mais diversas áreas, emocionais, físicas e sexuais. O maior problema é que se passa a ter a concepção de que há algo de errado consigo desde criança e conforme se torna clara a sua natureza afetivo-sexual alguns se sentem envergonhados, culpados, com medo de perder o amor, a admiração e respeito daqueles que mais amam.
A partir deste momento, aqueles que não recebem o mínimo, vamos assim dizer, de apoio ou compreensão dos mais próximos, família ou amigos, passam a cunhar estratégias de sobrevivência, como por exemplo, a criação de uma identidade hetero, vivendo em dois mundos na expectativa de minimizar os sentimentos de solidão, inferioridade, opressão e aversão.
Nesta vivencia e em muitas outras, inicia-se a produção de diversos sintomas que prejudicam sua saúde emocional e física, que começam desde não confiar em seus próprios sentimentos, falta de espontaneidade, irritabilidade, fobias sociais até manifestações psicossomáticas, como alergias, dores de cabeça intensas, problemas no sistema gástrico e depressão. Alguns chegam a produzir atitudes compensatórias em suas relações, querendo ser o melhor em tudo impetrando uma hipercrítica em relação a si mesmo.
Conforme o texto anterior, a respeito das verdades escondidas em nosso silêncio, é preciso que estas verdades sejam aceitas. Uma maneira de tornar este processo mais fácil é através da psicoterapia, trabalhando com etapas, que se inicia com a aceitação para si mesmo e depois conferindo qual mais lhe conforta e lhe é essencial, sem uma regra, sem um padrão, sem ter que cumprir obrigatoriamente um roteiro.
Não há uma regra e nem se quer uma obrigação quanto a essa exposição, o real e mais importante motivo a ser trabalhado diz respeito à definição do amor que o indivíduo tem por si, a compreensão quanto a sua autoestima e descoberta de que “sair do armário” não é apenas se libertar, mas romper com uma CULPA que NÃO EXISTE que não é sua e de ninguém, afinal, a homossexualidade é a manifestação natural da sua sexualidade.